O Tom Holland decidiu que, depois de lançar The Odyssey em julho de 2026 e Spider‑Man: Brand New Day no final do mesmo mês, vai reservar um período de folga em 2027. Não se trata de um hiato inesperado, mas de um plano pensado para evitar que o desgaste se torne crônico. Em entrevista à GQ, o ator de 29 anos explicou que "não dá para estar em todos os filmes e ainda entregar o melhor de si quando se está exausto".
Ele destacou a necessidade de traçar limites profissionais, algo que vem se tornando pauta entre jovens estrelas que sentem o peso das agendas 24/7. "Se eu não cuidar de mim, meu trabalho sofre, e a arte perde", afirmou Holland.
A pausa planejada tem raízes em escolhas feitas há alguns anos. Em 2022, o ator abandonou o consumo de álcool e saiu das redes sociais depois de perceber que esses hábitos agravavam ansiedade e falta de foco. "Foi libertador", contou em entrevista à Men's Health. Essas mudanças, segundo ele, foram decisivas para recuperar o equilíbrio emocional.
Um dos gatilhos mais fortes foi a experiência de gravar a série The Crowded Room, para a Apple TV+. A produção, descrita por Holland como "emocionalmente drenante", intensificou o reconhecimento de que intervalos regulares são essenciais. O ator chegou a dizer que a série foi um alerta, mostrando que o trabalho criativo pode ser tão extenuante quanto qualquer outra pressão corporativa.
Além das medidas de autocuidado, Holland tem um plano de vida a longo prazo. Em entrevista de janeiro para a Men's Health, ele revelou que, ao se tornar pai, pretende "desaparecer da cara da terra" para se dedicar ao filho e ao golfe, um hobby que ele cultiva nas horas livres.
O anúncio chega num momento em que a indústria do entretenimento está cada vez mais atenta à saúde mental dos seus profissionais. Estudos internos de grandes estúdios apontam que 65% dos talentos sentem sinais de burnout antes dos 30 anos. A abertura de Holland reforça a necessidade de políticas de apoio, como terapia on‑site e agendas flexíveis.
Para colegas de elenco e equipe, a postura do ator serviu de exemplo. Alguns produtores comentaram que já estão revisando cronogramas de filmagens para incluir dias de descanso obrigatórios. A ideia de que o sucesso pode ser mantido sem sacrificar o bem‑estar está ganhando força.
Em meio a críticas que ainda circulam sobre a “cultura da exaustão” em Hollywood, a escolha de Holland demonstra que, quando se tem condições financeiras, é possível colocar a saúde em primeiro lugar. Ele mesmo reconheceu que se sente "abençoado por ter a liberdade de me ausentar quando preciso" — um privilégio que poucos profissionais conseguem usufruir.
O debate sobre saúde mental no trabalho se estende além das telas de cinema. Profissionais de tecnologia, finanças e até professores têm citado o caso de Holland como ponto de referência para exigir pausas e apoio psicológico nas suas áreas. Em fóruns online, o termo "Holland break" já aparece como sinônimo de descanso estratégico.
A mensagem central do ator é clara: reconhecer os sinais de sobrecarga e agir antes que eles se transformem em crises. Ao comunicar sua pausa com antecedência, ele abre espaço para que outras vozes levantem a bandeira da prevenção do burnout. Se a indústria realmente quiser mudar, será preciso transformar esses relatos pessoais em políticas efetivas.
Enquanto isso, o público acompanha curioso os próximos passos de Holland. Afinal, quem ainda não aguarda para ver como será seu retorno ao universo cinematográfico, caso decida voltar. O que se tem certeza, porém, é que ele está escrevendo um novo capítulo — um onde o autocuidado tem vez central.
