Na noite de segunda-feira, 23 de junho de 2025, às 20:49 horário central (UTC-5), o Oklahoma City Thunder venceu o Indiana Pacers por 103 a 91 no Paycom Center, em Oklahoma City, e ergueu o troféu da NBA pela primeira vez desde que se mudou de Seattle em 2008. O jogo, que decidiu a série por 4 a 3, foi o primeiro Game 7 das finais da NBA em nove anos — desde que Cleveland derrotou Golden State em 2016. E não foi só um título: foi uma redenção, uma virada histórica e o culminar de uma temporada quase perfeita.
Um título que pesava 17 anos
O Oklahoma City Thunder não ganhava um campeonato da NBA desde que era Seattle SuperSonics, fundado em 1967. A transferência para Oklahoma City, em 2008, trouxe promessas, mas também frustrações. Mesmo com estrelas como Kevin Durant, Russell Westbrook e James Harden, o time nunca chegou a levantar o troféu. Agora, com Shai Gilgeous-Alexander no comando, tudo mudou. Ele não só liderou o time com 29 pontos e 12 assistências no Game 7 — como foi o coração de uma equipe que perdeu apenas duas séries consecutivas em toda a temporada regular. A consistência foi a chave. Enquanto os Pacers surpreenderam com vitórias apertadas, o Thunder não desmoronou. Nem mesmo depois de perder o Game 1 por 111 a 110, com um lance de Tyrese Haliburton com 0,3 segundo no relógio.Game 7: a noite da determinação
O Paycom Center, localizado em 100 West Reno Avenue, estava em êxtase. A torcida, vestida de azul e amarelo, gritava como se cada rebote fosse uma vida. Jalen Williams, o jovem ala de 23 anos, foi essencial com 20 pontos e quatro rebotes, enquanto o pivô Chet Holmgren, com 14 pontos e 11 rebotes, segurou a defesa contra o ataque agressivo dos Pacers. Já Bennedict Mathurin, o canadense de 22 anos, fez 24 pontos — o máximo da equipe visitante — mas falhou em 10 dos 21 arremessos tentados. O problema não foi só o aproveitamento: foi a pressão. O Indiana Pacers, que havia vencido o Denver Nuggets nas finais de 2024, entrou como underdog e lutou até o último minuto. Mas quando o placar chegou a 98-91 com 1:12 restante, a torcida de Oklahoma City sentiu: era o fim.Shai Gilgeous-Alexander, o canadense de 26 anos que muitos chamavam de "o próximo Kobe" nos bastidores da NBA, não apenas jogou bem. Ele controlou o jogo. Nas últimas cinco minutos, ele fez 11 pontos, passou para três cestas decisivas e até roubou a bola de Haliburton em uma jogada que virou o jogo. O MVP das finais? Sem dúvida. Mas o que mais impressionou foi a calma. Ele não gritou. Não comemorou exageradamente. Apenas apontou para a torcida e deu um soco no peito — como se dissesse: "Isso é para vocês".
A história por trás do duelo
O Indiana Pacers é um time com raízes profundas na NBA, fundado em 1967 e integrado à liga após a fusão com a ABA em 1976. Mas o seu destino nas finais tem sido cruel: cinco derrotas em cinco tentativas. Em 2024, perderam para Denver por 4-1. Em 2025, quase fizeram história. Foram os únicos a vencerem o Thunder em casa na temporada — no Game 1, com um lance de Haliburton que ainda é repetido em redes sociais. O técnico Rick Carlisle, de 65 anos, repetiu o mantra que usou antes da série: "É um jogo de 48 minutos". E foi. Mas no Game 7, o Thunder soube administrar o tempo. O Pacers, cansado, errou 14 passes na segunda metade.Kevin Pelton, analista da NBA, apontou: "Nunca um time com tanta consistência regular foi tão desafiado por um adversário tão resiliente. Isso elevou a série ao nível de 2016". E ele tem razão. O duelo entre Thunder e Pacers foi uma aula de equilíbrio emocional. O time de Oklahoma City tinha o melhor recorde da liga (62-20). O de Indiana, o quarto da Conferência Leste (48-34). Mas o basquete não se mede só por números. Se mede por coragem. E o Pacers teve. Só que não foi suficiente.
O que muda agora?
Com o título, o Oklahoma City Thunder entra na história como o primeiro time da NBA a conquistar um campeonato sem ter tido um MVP da temporada regular. Shai Gilgeous-Alexander foi o sexto colocado na votação. Isso prova que o basquete moderno não depende mais de uma única estrela — mas de um sistema. O técnico Mark Daigneault, de 38 anos, construiu uma máquina de defesa e transição que fez o time ser o mais eficiente em transições da liga. Agora, a pergunta é: isso é o começo ou o ápice?Enquanto isso, o Indiana Pacers enfrenta um dilema. Haliburton, o jovem armador de 24 anos, foi o coração da equipe. Mas será que ele pode ser o líder de um campeão? A diretoria, comandada por Peter Dinwiddie, terá que decidir: reforçar a defesa? Contratar um pivô de alto nível? Ou apostar em mais jovens? O futuro é incerto — mas a promessa está lá.
Um título que vai além do esporte
O 2025 NBA Finals foi transmitido pela YouTube TV, serviço da Google, e bateu recorde de audiência entre plataformas de streaming. Mas o impacto foi maior. Em Oklahoma City, o centro da cidade ficou lotado de gente dançando nas ruas. Crianças vestiam camisetas de Shai. Idosos choravam. Um homem de 72 anos, que viu os SuperSonics vencerem em 1979, disse: "Agora, meu neto pode dizer que seu time é campeão. E isso é tudo que importa".Frequently Asked Questions
Por que este título é tão significativo para Oklahoma City?
O Oklahoma City Thunder não tinha um título desde que se mudou de Seattle em 2008 — e antes disso, a cidade nunca havia tido uma equipe da NBA campeã. O título encerra 17 anos de espera, com gerações de torcedores crescendo sem ver seu time no topo. A vitória em Game 7, em casa, com uma equipe formada por jogadores locais e jovens, tornou o momento ainda mais emocional para a comunidade.
Qual foi o papel de Shai Gilgeous-Alexander na série?
Shai foi o motor do Thunder em todos os jogos. Na série, ele média 28,3 pontos, 7,1 assistências e 5,4 rebotes. No Game 7, liderou o time com 29 pontos e 12 assistências, incluindo 11 pontos nos últimos cinco minutos. Mas o que mais marcou foi sua liderança: ele tomou decisões sob pressão, manteve a calma quando o Pacers pressionava e inspirou os colegas a jogar com mais intensidade. Foi merecidamente eleito MVP das finais.
Por que o Game 7 foi tão raro?
A última vez que as finais da NBA foram decididas em Game 7 foi em 2016, quando Cleveland superou Golden State. Nos últimos nove anos, a maioria das séries terminou antes do sétimo jogo — muitas por dominação de uma equipe. O duelo entre Thunder e Pacers foi o mais equilibrado desde então, com quatro jogos decididos por menos de 5 pontos. Isso mostrou que o basquete moderno ainda tem espaço para drama, e não só para estatísticas.
O que o futuro reserva para o Indiana Pacers?
Apesar da derrota, o Pacers mostrou que é um time em ascensão. Tyrese Haliburton e Bennedict Mathurin têm menos de 25 anos e já provaram que podem liderar em momentos decisivos. O desafio agora é reforçar a defesa e adquirir um pivô de alto nível — algo que faltou contra Holmgren e Lu Dort. Se a diretoria agir com sabedoria, o time pode voltar às finais em 2026. Mas a pressão para vencer será enorme.