De madrugada, no dia 13 de junho de 2025, aviões israelenses cruzaram o espaço aéreo iraniano em uma operação que já entrou para a história: a Operação Leão Ascendente. O alvo eram os pontos decisivos do programa nuclear do Irã. Entre eles, as instalações subterrâneas do complexo de enriquecimento de Natanz, perto de Esfahan, até então consideradas quase impenetráveis. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), esses bombardeios atingiram diretamente áreas críticas, afetando o funcionamento de centrífugas responsáveis pelo enriquecimento de urânio.
Mas não ficou só nisso. O comando israelense também escolheu o principal centro de desenvolvimento de mísseis balísticos iranianos, a base Tehrani Moghaddam, nos arredores de Teerã, como prioridade. Satélites captaram extensos danos causados pelas explosões, alcançando estoques de mísseis e áreas de testes. O recado de Israel era claro: minar a capacidade bélica e nuclear do Irã em larga escala.
Essa não foi uma ação isolada. Desde outubro de 2024, tensões e ataques pontuais já vinham aquecendo o confronto. O ataque massivo veio logo após um ultimato dos EUA para que o Irã pausasse seu programa nuclear, ignorado por Teerã. Dessa vez, a resposta israelense cruzou todos os limites conhecidos no conflito entre os dois países.
Poucos dias depois, o que parecia impossível aconteceu. O Irã respondeu com a Operação Promessa Verdadeira III, lançando uma salva de mísseis balísticos em direção a solo israelense. Na madrugada de 17 de junho, alarmes soaram em Tel Aviv à medida que mísseis visavam a Escola de Inteligência Militar do Campo Moshe Dayan, coração das operações de inteligência em Israel. Em meio ao barulho das sirenes, relatos indicaram danos e explosões próximas a áreas residenciais, aumentando o medo da população.
O exército israelense (IDF) interceptou entre 80% e 90% dos projéteis nas primeiras levas de ataques, mas nem todos puderam ser neutralizados. Algumas áreas civis sofreram danos, acirrando a sensação de vulnerabilidade e escalada sem precedentes. As autoridades israelenses reforçaram abrigos, e vídeos de famílias se escondendo viralizaram nas redes sociais em poucos minutos.
Essa escalada intensa reflete não apenas o histórico de rivalidade entre as duas nações, mas é também um reflexo do cenário explosivo no Oriente Médio, agravado pelo apoio do Irã a grupos como Hamas e Hezbollah – atores que já aparecem envolvidos desde o ataque do Hamas contra Israel em outubro de 2023.
Pela primeira vez em anos, o confronto atingiu esse grau de força e exposição internacional, levando a especulações sobre os próximos passos e a um temor global de envolvimento de outras potências regionais em um conflito aberto.