A disputa pela guarda unilateral do pequeno Léo, filho da cantora Marília Mendonça, ganhou novos contornos com o surgimento de áudios e mensagens que colocaram Dona Ruth, avó materna, no centro de uma grave acusação de alienação parental. O episódio ganhou repercussão nacional, sobretudo pelo teor das gravações, onde a avó orienta as babás a esconderem de Murilo Huff – pai de Léo – informações médicas e até mesmo medicamentos fundamentais para o tratamento do neto, que é portador de diabetes tipo 1 desde os dois anos de idade.
As gravações vieram à tona durante uma investigação na Vara da Infância e Juventude. Nelas, funcionários relatam que Dona Ruth dava ordem para omitir sintomas, receitas médicas e até comunicar apenas a ela qualquer intercorrência de saúde com Léo. Em uma das mensagens, não só há menção direta a esconder antibióticos do pai, como também a recomendação expressa de que Murilo não deveria ser 'atrapalhado' com esses detalhes. Esse padrão de comportamento serviu como base para o juiz concluir que Ruth teria sistematicamente tentado descredibilizar o papel paterno e restringir sua presença ativa na vida e nos cuidados de Léo.
O comportamento de Dona Ruth ultrapassou questões familiares e tocou num ponto central: o direito da criança a conviver de forma saudável com ambos os responsáveis, principalmente em situações delicadas de saúde. Os relatos dos funcionários e os registros das mensagens mostram um ambiente de tensão, onde o pai era classificado como ausente e incompetente, dificultando inclusive a troca simples de comunicações sobre o dia a dia e o tratamento de Léo.
Segundo avaliação judicial, as atitudes da avó colocaram em risco não só a saúde física do garoto, mas também seu desenvolvimento afetivo. A Justiça entendeu que se tratava de um caso claro de alienação parental, agravado pela tentativa de manipular informações vitais e envolver terceiros, como babás, tornando-os cúmplices involuntários de uma dinâmica prejudicial. Por isso, a guarda unilateral foi concedida ao pai, Murilo Huff, com o objetivo principal de garantir estabilidade e segurança emocional ao menino.
A tensão entre Murilo e a família materna já era notória desde a morte da cantora, em 2021, quando foi determinado o compartilhamento da guarda. Entretanto, o novo cenário deixa nítido que os limites do bom convívio foram ultrapassados, levantando discussões sobre o papel dos avós e a importância da transparência e cooperação em situações de luto e guarda de menores.