Alguém joga às 12h30 e outros às 20h? Pode ser. Mas, até a divulgação do Order of Play oficial, vale entender o padrão do US Open 2025. Em Nova York, a sessão diurna no Arthur Ashe Stadium costuma começar perto do meio-dia local (EDT), enquanto a noturna abre por volta das 19h. Para quem acompanha no Brasil (BRT), isso normalmente significa jogos do dia no início da tarde e o prime time à noite — em muitas edições, o primeiro saque da sessão noturna cai por volta das 20h no horário de Brasília.
Por que Alcaraz tende a aparecer mais cedo e Djokovic/Sabalenka à noite? A lógica passa por audiência global, contratos de TV e equilíbrio da chave. A organização prioriza estrelas no horário nobre do Arthur Ashe — o maior estádio do tênis —, mas também precisa distribuir descanso entre rodadas, evitar sobrecarga de quadra e respeitar prazos de recuperação entre partidas. É um quebra-cabeça que se repete diariamente, definido na noite anterior.
No caso de semifinais marcadas para 5 de setembro, a tradição aponta para um Alcaraz em sessão diurna se houver necessidade de equilibrar os tempos de descanso entre lados da chave, enquanto Djokovic e Sabalenka frequentemente são alocados no noturno por apelo comercial. Ainda assim, nada é fixo: a direção do torneio pode alternar conforme a rodada anterior durou, quem jogou tarde no dia anterior ou questões de segurança e logística.
Os estádios com teto retrátil (Arthur Ashe e Louis Armstrong) reduzem o impacto de chuva, mas não eliminam atrasos. Se a rodada diurna estica — pense em um jogo de cinco sets no masculino ou em tie-breaks longos —, a sessão noturna pode começar mais tarde. E isso mexe com toda a grade: aquecimentos são encurtados, entradas em quadra mudam, e a janela de TV precisa se ajustar.
Outro ponto é o fuso. Quando a organização anuncia 12h30 no horário local, isso significa 13h30 no horário de Brasília (na maior parte de setembro). Já um jogo noturno às 19h em Nova York tende a bater 20h no Brasil. É um detalhe simples, mas que confunde muita gente, especialmente quando posts circulam sem deixar claro qual fuso está sendo usado.
Fatores que costumam mudar horários de última hora:
Para o público no Brasil, a melhor referência é o Order of Play divulgado à noite, atualizado pela manhã em caso de ajustes. As TVs e os streamings normalmente acompanham essas mudanças em tempo real, mas nem sempre os aplicativos notificam rápido — vale checar a grade no início do dia e de novo perto do horário do jogo.
Carlos Alcaraz chega como um dos nomes do torneio e já mostrou que rende sob pressão em Nova York — foi campeão em 2022. Seu estilo agressivo de contra-ataque, as subidas à rede e a variação de altura e spin tornam seus jogos bastante televisivos, algo que pesa na escolha do horário. Quando vem de partidas longas, a organização tenta, quando possível, dar mais descanso, o que pode empurrar sua presença para a sessão diurna ou noturna conforme a necessidade da chave.
Novak Djokovic, dono de 24 títulos de Grand Slam, é audiência garantida. Jogos dele à noite no Arthur Ashe são quase um ritual recente do torneio: atmosfera mais barulhenta, temperatura mais amena e maior alcance global em TV. Se o sérvio atuou tarde na rodada anterior, é comum reequilibrar o descanso — mas, quando o calendário permite, ele costuma ancorar o horário nobre.
No feminino, Aryna Sabalenka, bicampeã do Australian Open (2023 e 2024) e finalista do US Open de 2023, virou presença habitual nos grandes palcos do evento. Seu estilo de potência e o histórico de jogos intensos combinam com a sessão noturna, que busca partidas atraentes para público e patrocinadores. Ainda assim, se a chave exigir compensação de descanso, ela pode aparecer mais cedo.
Há também critérios técnicos que o público não vê. A USTA e o supervisor da ATP/WTA monitoram o tempo efetivo em quadra dos atletas, o intervalo entre jogos, a ordem dos estádios e o acúmulo de partidas de duplas e mistas. Se um tenista ainda disputa duplas e avançou em simples, o tabuleiro muda. E a saúde dos jogadores orienta decisões de última hora — sinais de exaustão e recordes de temperatura entram na conta.
Se você viu um card com “Alcaraz às 12h30 e Djokovic/Sabalenka às 20h”, encare como uma projeção alinhada à tradição: dia para abrir a rodada com um cabeça de chave popular e noite para concentrar as maiores audiências. Oficial mesmo, só quando o torneio publica a ordem diária. Até lá, o melhor plano é trabalhar com janelas: início da tarde para Alcaraz, prime time para Djokovic e Sabalenka — e margem para imprevistos que Nova York costuma entregar.